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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Celulose: Setor avança no desenvolvimento de biocombustível e amplia autogeração

Responsável pela auto-geração de mais de 33% do total de eletricidade que consome, a indústria de celulose e papel está ampliando o uso de biomassa para produção de biocombustível, o que já tem permitido a fabricantes do setor conquistar a autossuficiência em energia. 

Um dos principais avanços nesse sentido, segundo a Associação Brasileira Técnica de Celulose e Papel (ABTCP), verifica-se nos estudos para maior aproveitamento da lignina - componente da madeira, que pode ser considerada o petróleo do setor de celulose -, cuja queima gera vapor para mover as turbinas elétricas. 

“A lignina é constituída por uma cadeia de carbono complexa e, quando concentrada na indústria, se transforma em biocombustível de alto valor energético, barato e sustentável”, explica Afonso Moura, gerente técnico da ABTCP. 

Evento
Entidade cuja atuação está focada na promoção da pesquisae desenvolvimento de novas tecnologias para o setor de celulose e papel, a ABTCP, com o objetivo de ampliar o conhecimento do setor sobre a vantagem do uso da lignina para geração de biocombustível, trará especialistas da Finlândia para fazer uma apresentação sobre o tema durante o ABTCP 2011 – 44º Congresso e Exposição Internacional de Celulose e Papel, maior evento do setor da América Latina, que será realizado entre os dias 03 e 05 de outubro no Transamérica Expo Center, em São Paulo. 

“O principal desafio para o setor avançar na queima da lignina é a tecnologianecessária para aumentar a sua concentração e queima controlada nas caldeirasde recuperação. Por isso, consideramos oportuno trazer ao País especialistas que poderão mostrar como está sendo desenvolvida esta tecnologia”, ressalta o gerente técnico da ABTCP e também gestor do evento. 

Apesar de consumir grandes quantidades de eletricidade e vapor – 10,9% no consumo total de energia dessa indústria, de acordo com dados de 2008 –, a produção de energia na indústria de papel e celulose é grande e constitui fator de importância econômica e ambiental. 

Devido ao uso intensivo de fontes energéticas renováveis, como licor negro (63,9%), biomassa (14,9%), gás natural (6,3%) e hidrelétrica (5%) - em detrimento do consumo de óleo combustível (7,1%) e óleo diesel e carvão mineral (2,8%) -, as emissões de CO₂ da indústria de celulose são de apenas 2,6% do total da indústria nacional. Nas duas últimas décadas verificaram-se intensos progressos na área de energia, mas ainda há amplas oportunidades para o setor se tornar mais eficiente na geração de energia e ambientalmente ainda mais limpo. 

É importante lembrar, por sua vez,que, embora o setor de celulose e papel disponha de ampla janela de oportunidades, representadas pelo melhoramento na gestão da energia, pela otimização do controle dos processos e pela incorporação de novas tecnologias, o governo deve criar incentivos para implementação de tecnologias mais eficientes. Futuros ganhos em eficiência energética nas plantas de celulose e plantas integradas serão obtidos, no Brasil, principalmente mediante a incorporação paulatina das melhores tecnologias. 

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