A cracolândia de São Luís agoniza, mas ainda está viva. Após uma semana marcada por várias incursões da Polícia Militar e ações da Polícia Civil contra o tráfico e o consumo de entorpecentes - inclusive com prisões de traficantes - a rotina continua a mesma. A equipe de reportagem de O IMPARCIAL constatou durante a tarde deste domingo que os usuários de entorpecentes continuam no local e consumindo drogas.
No momento da passagem da nossa unidade móvel, pelo menos dois grupos foram flagrados consumindo ou manipulando substâncias aparentemente ilícitas no "point do crack na capital maranhense".
Mesmo com a prisão de um dos maiores traficantes daquela área - Franklin Marques de Oliveira, mais conhecido como “Solteiro” - a droga continua chegando à outra ponta da cadeia do tráfico de entorpecentes: o usuário. Em entrevista, o comandante do policiamento metropolitano da PM, coronel Jefferson Telles, foi enfático ao dizer que “falta uma integração para combater o consumo de drogas na cracolândia”.
“O que está faltando é integração para agir no local. A Polícia Militar está fazendo a sua parte e está fazendo muito bem. A partir de agora é uma questão de saúde pública. Essa é mais uma questão da Prefeitura, da Secretaria de Saúde. Primeiro, essas pessoas são moradoras de ruas; segundo, eles se alimentam de restos de comida, frutas da feira e terceiro porque lá eles trabalham como carregadores e vendedores de sacolas. Eles tiram um dinheiro e consomem a droga. A Prefeitura tem que agir, por exemplo com abrigos para essas pessoas que só têm aquele lugar para ir e a Secretaria de Saúde com a questão da dependência”, disse.
Ainda segundo o cel. Jefferson, o trabalho da PM a partir de agora fica limitado e não tem como prender usuários que portam pouca quantidade de droga, pelo fato de não se configurar como tráfico.
“Agora é um problema de saúde pública. Estamos fazendo rondas constantes no local, inclusive agora (ontem à noite), mas não podemos prender essas pessoas. Eles são levados para a delegacia e lá são liberados porque não há como enquadra-los por tráfico. Não há flagrante. Então não podemos ficar o tempo todo fazendo isso. É uma perda de tempo.”, disse.
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